Dentre todos os termos largamente apropriados pelo neoliberalismo mercantilista atrelado aos movimentos sociais, a “representatividade” trata-se do mais citado. Erroneamente, os indivíduos foram / são conduzidos a crer que a participação simbólica de minorias propositalmente adicionada somente a fim de conter os movimentos revolucionários, trata-se de uma vitória cabal. Sob a insígnia de discursos, tais: “representatividade importa”, diversas pessoas atêm-se à uma percepção superficial dos conceitos de representatividade e representação.
No interior do sistema capitalista, absolutamente tudo pode vir a tornar-se uma fonte de lucro, e, o clamor minoritário por participação simbólica nos meios de comunicação tornou-se um ramo altamente lucrativo. Afinal, ao adicionar negros, mulheres, amarelos, indígenas e demais minorias; empresas, artistas e demais segmentos midiáticos recebem o selo de “desconstruídos” e “conscientes”. Não obstante, pesquisas de mercado recentes comprovam o quão lucrativo é, no Brasil, inserir aspectos da militância racial em programas e projetos.
Nesta ânsia, muitos cogitam haver uma “dupla vitória”. Afinal, obtém-se lucro e as minorias supostamente ocupam espaços de visibilidade. Mas, tratar-se-ia realmente de uma vitória? Principalmente, quando o sofrimento, estereótipos e a valorização do ódio e do racismo simbólico tornam-se os ramos mais lucrativos desta suposta “representatividade”?
Aquilo que verdadeiramente carecemos é, sem hesitação, poder político, social e simbólico. Em um cenário no qual as narrativas minoritárias estão sob o crivo daqueles que interessam-se somente em sugar aspectos de nossa existência e em nada realmente nos retribuem, sempre seremos caricaturas. Ora passíveis de ódio, ora passíveis de amor. Quando nos é possível, ainda que inicialmente, edificar nossos próprios discursos acerca do que somos, construímos um horizonte mais promissor.
As músicas da Lana são controversas, Lolita parece ser uma referencia ao livro lolita de Vladimir Nabokov que narra do…