Written by: Feminismo Raiz

Organização política e feminismo

“Não há revolução de uma única mulher” — com estas palavras, nos introduzo ao imaginário e às concepções políticas do fazer feminista.

“Não há revolução de uma única mulher” — com estas palavras, nos introduzo ao imaginário e às concepções políticas do fazer feminista. Ao longo dos séculos, o movimento em prol da emancipação das mulheres cresceu e frutificou somente por conta dos esforços coletivos de inúmeros segmentos da classe feminina. No escopo do movimento, tais mulheres articularam-se na produção de material teórico, organização política e no fazer social, criando assim incontáveis redes e vertentes de estudos e práticas em prol da classe.

No século XXI, temos à disposição ferramentas demasiadamente apuradas —  tais a Web — que nos conectam em tempo real à milhares de feministas de raiz nos mais distintos confins do globo. Entretanto, tais avanços tecnológicos acabam igualmente por suscitar a falsa sensação de articulação política efetiva. E, por conta disso, inúmeras feministas radicais que não encontram-se vinculadas a grupos e coletivos, tendem a sentir-se politicamente acuadas, constantemente ameaçadas e vulneráveis frente à iniciativas mal-intencionadas. 

Afinal, o feminismo de raiz trata-se de um movimento inerentemente coletivo e somente através de espaços coletivizados e auto-organizados, acessamos experiências, formações e conhecimentos de cunho empírico e teórico por parte das mulheres que estudam e integram o movimento há tempo considerável. A fim de que aprendamos verdadeiramente a respeito do fazer político e social feminista radical, faz-se necessário estudar e comprometer-se com as iniciativas de ação social. Através da auto-organização feminista, escapamos de armadilhas, amadurecemos emocionalmente e aprendemos de mulheres mais experientes.

Carecemos de compreender que, somente a partir de uma organização política e social sólida e responsável, concretizaremos as pautas em prol da emancipação sexual, étnico-racial e econômica feminina. Como ativistas, aquilo que reforçamos publicamente enquanto feministas radicais, atinge positiva ou negativamente toda a classe. Deste modo, se almejamos avanços e a manutenção da segurança feminina, carecemos de coletivizar-nos. E, sobretudo, manter a inteligência, o respeito, a astúcia e o autocontrole emocional.

(Visited 18 times, 1 visits today)
Tags:, Last modified: 1 de agosto de 2021