Se há algo que integra o senso comum e que muitos creem ser lógico em relação às classes oprimidas, é a máxima proferida pela escritora Maya Angelou: “Eu fui uma mulher há muito tempo. Seria estúpido não estar no meu próprio lado.”. Contudo, a História e a experiência nos exibem que inúmeras mulheres não estão em prol de si mesmas, e por que isso ocorre? No passado, havia teorias que sustentavam a hipótese de um suposto masoquismo feminino, alegando que mulheres possuíam propensão a desejar o sofrimento e a submissão, sujeitando-se assim aos seus agressores e àqueles que lhe desejavam o mal enquanto tentativa de obtenção de prazer ou de alguma satisfação abstrata.
Tais teorias superficiais e perceptivelmente misóginas, não se atentaram ao cerne da psicologia feminina, que segundo a autora Dee L. R. Graham poder-se-ia intitular “psicologia da oprimida”, pois a classe feminina possui modulações psicológicas que em inúmeros pontos assemelham-se àquelas desenvolvidas por cativos e outras classes oprimidas, como os negros no contexto norte-americano. Neste cenário, a rejeição à rebelião dá-se através da percepção de incapacidade da fuga. Desse modo, ao perceber inconscientemente que se é impossível escapar da violência masculina de modo perene, mulheres desenvolvem habilidades de convivência com a classe sexual oposta na tentativa de não se tornarem alvo de suas agressões e sobreviverem à constante violência psicológica através das distorções cognitivas.
Dentre os diversos mecanismos de sobrevivência os quais mulheres desenvolvem, um dos mais classificadores é a negação da opressão masculina. Afinal, somente desassociando os homens de seu círculo do terror da experiência feminina, a convivência permanece suportável e os pensamentos desagradáveis atrelados à revolta por sua condição subalterna são suprimidos. Deste modo, quando analisados de forma sistêmica, a rejeição e o ódio ao feminismo emancipador assim como às feministas que buscam a emancipação, passa a produzir sentido. Pois, a existência de mulheres que desejam contrariar os desígnios da classe sexual dominante, produz um sentimento de maior insegurança nas demais, que passam a temer inconscientemente a represália dos mais poderosos. Não coincidentemente muitas mulheres, independente de seu espectro político, acabam por se tornarem “guardiãs dos homens”.
As músicas da Lana são controversas, Lolita parece ser uma referencia ao livro lolita de Vladimir Nabokov que narra do…