Written by: Feminismo Raiz

Billie Eilish e a sexualização na adolescência

Na sociedade patriarcal, o corpo feminino trata-se de uma mercadoria, ora a ter o seu potencial laboral e reprodutivo explorado, ora a ter a sua sexualidade e juventude apropriadas pelas estruturas sociais.

A cantora e compositora norte-americana Billie Eilish, reconhecida por suas inúmeras produções musicais bem-sucedidas e os prêmios que acumula ao longo de sua breve carreira, recentemente reacendeu as discussões a respeito da hiperssexualização por conta de um ensaio para a revista Vogue. A artista, que atualmente possui 19 anos, posou em fotografias hiperssexualizadas para o editorial da revista. As imagens foram divulgadas no último domingo (02/05).

Billie Eilish sempre fora conhecida por sua estética diferenciada e pelas roupas confortáveis e não feminilizadas que vestia. Contudo, ao passo de que a artista afirmava fazê-lo por sentir-se constrangida com a sua aparência, havia igualmente a percepção de que, como adolescente, a cantora não desejava ser hiperssexualizada. Porém, após atingir a maioridade, a sua imagem rapidamente fora submetida à uma “transição” sexualizada. Tal fenômeno ocorre constantemente na Indústria Cultural, como nos casos de Natalie Portman e Millie Bobby Brown, que recebiam mensagens/comentários de abusadores em potencial e foram sexualizadas ainda na adolescência pelas mídias. 

Na sociedade patriarcal, o corpo feminino trata-se de uma mercadoria, ora a ter o seu potencial laboral e reprodutivo explorado, ora a ter a sua sexualidade e juventude apropriadas pelas estruturas sociais. O discurso a sustentar esta estrutura é edificado através da Indústria Cultural e das concepções de submissão feminina que são construídas a partir de imagens e performances. Deste modo, todas as mulheres da indústria são submetidas à sexualização alinhada ao discurso do “empoderamento” liberal, que serve aos interesses patriarcais e capitalistas. Afinal, a sexualização de corpos femininos jovens é lucrativa em diversos segmentos, como a Pornografia e a exploração sexual.

Durante a entrevista, o discurso análogo à hiperssexualização como forma de  “empoderamento” e “liberdade”, esteve presente nas citações da cantora. Que, neste caso, trata-se apenas de uma componente em uma estrutura social opressiva que precede a sua existência. Billie Eilish, como uma adolescente de 19 anos, está incluída na parcela da classe feminina que mais é afetada por tais processos. 

A sexualização de garotas e demais corpos femininos jovens, possui inúmeras reverberações na classe feminina. Afinal, garotas constituem o maior grupo de indivíduos com transtornos mentais (de ordem alimentar), o maior grupo na busca por intervenções cirúrgicas de ordem estética e, consequentemente, o maior grupo de pessoas exploradas na indústria pornográfica e na prostituição. Desde a infância, mulheres são bombardeadas com figuras femininas hiperssexualizadas e sexualmente vinculadas à classe feminina. Não obstante, através da pornografia, nos é ensinada a submissão feminina enquanto uma expressão de liberdade erótica e único caminho para a expressão de nossa existência. Segundo a professora emérita de sociologia, escritora e feminista de raiz Gail Dines: “As imagens pornográficas criam um mundo que é, na melhor das hipóteses, inóspito para mulheres e, na pior, perigoso para seu bem-estar físico e emocional”. 

A cantora Billie Eilish, reconhecida por suas inúmeras produções musicais bem-sucedidas e os prêmios que acumula ao longo de sua breve carreira, recentemente reacendeu as discussões a respeito da hiperssexualização por conta de um ensaio para a revista Vogue. A artista, que atualmente possui 19 anos, posou em fotografias hiperssexualizadas para o editorial da revista. 

Billie Eilish sempre fora conhecida por sua estética diferenciada e pelas roupas confortáveis e não feminilizadas que vestia. Contudo, ao passo de que a artista afirmava fazê-lo por sentir-se constrangida com a sua aparência, havia igualmente a percepção de que, como adolescente, a cantora não desejava ser hiperssexualizada. Porém, após atingir a maioridade, a sua imagem rapidamente fora submetida à uma “transição” sexualizada. Tal fenômeno ocorre constantemente na Indústria Cultural, como nos casos de Natalie Portman e Millie Bobby Brown, que recebiam mensagens de abusadores em potencial e foram sexualizadas ainda na adolescência pelas mídias. 

Na sociedade patriarcal, o corpo feminino trata-se de uma mercadoria, ora a ter o seu potencial laboral e reprodutivo explorado, ora a ter a sua sexualidade e juventude apropriadas pelas estruturas sociais. O discurso a sustentar esta estrutura é edificado através da Indústria Cultural e das concepções de submissão feminina que são construídas a partir de imagens e performances. Deste modo, todas as mulheres da indústria são submetidas à sexualização alinhada ao discurso do “empoderamento” liberal, que serve aos interesses patriarcais e capitalistas. Afinal, a sexualização de corpos femininos jovens é lucrativa em diversos segmentos, como a Pornografia e a exploração sexual.

A sexualização de garotas e demais corpos femininos jovens, possui inúmeras reverberações na classe feminina. Afinal, garotas constituem o maior grupo de indivíduos com transtornos mentais (de ordem alimentar), o maior grupo na busca por intervenções cirúrgicas de ordem estética e, consequentemente, o maior grupo de pessoas exploradas na indústria pornográfica e na prostituição. 

Desde a infância, mulheres são bombardeadas com figuras femininas hiperssexualizadas e sexualmente vinculadas à classe feminina. Não obstante, através da pornografia, nos é ensinada a submissão feminina enquanto uma expressão de liberdade erótica e único caminho para a expressão de nossa existência. Segundo a professora emérita de sociologia, escritora e feminista de raiz Gail Dines: “As imagens pornográficas criam um mundo que é, na melhor das hipóteses, inóspito para mulheres e, na pior, perigoso para seu bem-estar físico e emocional”. 

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Tags:, , Last modified: 1 de agosto de 2021