Na sociedade patriarcal pós-colonial, as mulheres constituem a classe responsável pela reprodução de nova/os trabalhadora/es que haverão de tornar-se mão de obra precarizada no sistema capitalista e, em adição, servir aos interesses de superioridade e/ou inferioridade racial e econômica do Estado. Neste contexto, a fim de que a maternidade possua adesão exponencial, mulheres são submetidas à socialização feminina desde a tenra idade com o propósito de tornarem-se submissas e suscetíveis às ideias de formação da família nuclear (mãe, pai e filhos).
Não obstante, graças à modulação historicamente opressiva que fora infligida à maternidade pelo sistema patriarcal, mulheres que possuem filhos experimentam mecanismos de controle específicos, que perpassam desde a solidão social e política, à desemprego e sobrecarga mental e física. Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais dos dados do IBGE, “No Brasil, 63% das casas chefiadas por mulheres estão abaixo da linha da pobreza”. Dentre tais números, faz-se essencial salientar que o maior percentual de mulheres nestas condições, é preto e/ou mestiço.
Ademais, mulheres que exercem a maternidade tendem a ser socialmente cerceadas a partir da baixa oferta de oportunidades empregatícias, silenciamento em inúmeros espaços de ordem social e pelo exercício constante dos trabalhos de cuidado e da manutenção das tarefas de ordem doméstica. Em todos os casos, mulheres negras tendem a ser a classe mais afetada por tais mecanismos de opressão que culminam na vulnerabilidade de mulheres e crianças frente às infrações masculinas.
Por conta de tal realidade, o feminismo de raiz visa tratar-se de um espaço político seguro às mães e aos seus filhos, centralizando suas demandas a partir das experiências materiais às quais são submetidas na sociedade patriarcal. Afinal, a exclusão econômica e social infligida às mães, culmina na desestabilidade financeira que as torna reféns da violência doméstica e que, consequentemente, torna crianças mais vulneráveis ao abuso e à exploração infantil.
O feminismo carece de ser um espaço seguro e apto à todas as mulheres. Pois, nenhuma de nós haverá de ser livre, enquanto ainda houver prisioneiras.
As músicas da Lana são controversas, Lolita parece ser uma referencia ao livro lolita de Vladimir Nabokov que narra do…