No escopo da teoria feminista de segunda onda, localizamos produções interessantíssimas nas searas do feminismo materialista, negro e do lesbofeminismo — as quais podemos utilizar no intuito de compreender fenômenos sociais dentro da estrutura patriarcal, como a segmentação de mulheres em castas fixas, sejam essas raciais, étnicas ou econômicas.
Além disso, nós é possível investigar até mesmo as implicações da própria classificação na casta sexual feminina e seus desdobramentos.
Ao nos separar em castas, como bem documentado por autoras como Dee. L. R. Graham e Gerda Lerner, passamos a ser direcionadas aos postos nos quais “contribuímos” de forma compulsória para o próprio Patriarcado.
Através dessas categorias e do aliciamento que sofremos por parte da cultura, somos instruídas à heterossexualidade — aqui, descrita como modelo social, para além de sua característica identitária — e, por conseguinte, para tudo o que advém dela: trabalho de cuidado, maternidade compulsória e trabalho doméstico.
Nesse contexto, a lesbianidade é abordada nos estudos feministas não apenas como uma identidade sexual, mas também, como uma alternativa política à sexualidade limitante que nos é imposta a fim de que nossos “serviços” sigam disponíveis à casta masculina.
Para além do ato sexual, as políticas de um feminismo pautado na perspectiva das mulheres à luz da lesbianidade, falam de um território, um conjunto de ações e uma comunidade que seja construída para o bem-estar, prosperidade e saúde das mulheres. Empregando os nossos recursos em nós mesmas