Cinco anos do Projeto Vulva Negra

Cinco anos. Mil oitocentos e vinte e seis dias. Eles dizem que o tempo é importante, mas prefiro contar os corações aos quais, ao longo dessa meia década, o projeto Vulva Negra alcançou. Fomos mais de um milhão e meio de corações alcançados ao decorrer desses cinco anos; um milhão e meio de vidas, de sorrisos, de brados compartilhados, de cidades e experiências incontáveis. Vocês fazem parte da minha vida, estiveram comigo desde antes do primeiro prêmio, da primeira viagem, da primeira publicação internacional.

Um projeto feminista de raiz e negro, o primeiro de seu tipo no Brasil, iniciado no quarto pequeno de um apartamento por uma adolescentes de dezoito anos. Uma nordestina, negra, mulher, sem meios-caminhos fáceis e QIs, sem a amplitude de entrega de conteúdo que privilegia feministas brancos do eixo sul-sudeste. Eu tinha apenas o poder da minha vontade e vocês — que efetivamente são tudo e todas as coisas. E funcionou.

Fomos o único projeto/programa brasileiro laureado por duas vezes pela organização norte-americana We Are Family Foundation, representamos o Nordeste na Brazil Conference at Harvard and MIT, representamos o Brasil na maior conferência de meninas e mulheres do mundo, a Women Deliver e eu fui a primeira brasileira no palco principal da maior conferência feminista da Europa. O que fizemos é inimaginável. O que fizemos é histórico e inacreditável.

Eu sou profundamente grata por todas as pessoas, em especial as mulheres, que estiveram conosco ao longo dessa trajetória potente e belíssima.

Para comemorarmos o momento histórico que é os cinco anos do projeto Vulva Negra, venho por meio deste anunciar que teremos uma celebração presencial em São Paulo no dia 15/12 às 18h: o primeiro FESTIVAL VULVA NEGRA, que ocorrerá na Ilha diSafo.