O mês de junho fora escolhido para ser o mês do orgulho LGBT+ no cenário ocidental. Não obstante, as pautas identitárias que compõem a centralidade das discussões são rapidamente incorporadas pelos segmentos empresariais e pelas premissas liberais a fim de cultivar uma imagem progressista e inclusiva ao público em geral. Contudo, tais avanços mercadológicos e estratégias de marketing empresarial, ocultam o fato de que o grande percentual de tais empresas não possui paridade sexual e racial entre seus funcionários e, sobretudo, utilizam um discurso falsamente progressista no intuito de lucrar às custas das populações oprimidas.
Em vista disso, no início deste mês a empresa Casas Bahia, que permanece no centro de inúmeras acusações de estupro e pedofilia perpetradas por seu já falecido fundador Samuel Klein, aproveitou-se da curta memória popular e lançou um comercial supostamente inclusivo a fim de demonstrar “apoio” ao mês do orgulho e à cause LGBT+. Em um país fundamentado nas práticas de estupro colonial e na exploração das capacidades sexuais e reprodutivas femininas, as incontáveis violações contra os direitos das mulheres e crianças passam despercebidas em incontáveis ocasiões.
Sob falsos discursos progressistas, inúmeros indivíduos e empresas ocultam um passado — ou presente — de constantes violações à humanidade feminina, negra, indígena, infantil e de demais segmentos subalternizados. Por conta disso, faz-se necessário que nos mantenhamos críticas e críticos. Não enganem-se, empresas estão ao lado do lucro, jamais ao lado das minorias.
Só uma nota: nós brasileiros somos considerados "não-ocidentais"(non-western). Descobri isso recentemente num fórum de geopolítica enquanto procurava dados sobre Império…